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quarta-feira, 8 de junho de 2011

A "conveniência" de ser obesa...

Assim, qual é a conveniência de ser obesa? Esta foi a questão pela qual só recentemente eu encontrei a resposta. Como tantos de vocês, eu tenho me esforçado para ver o meu corpo maravilhoso. Eu somente parei recentemente com este servilismo, quando vieram pelo correio estas revistas de roupas de banho que mostravam homens e mulheres com seus corpos simétricos firmes e atraentes. Eu finalmente liberei a necessidade de examinar cuidadosamente as páginas em busca de queijo cottage como uma forma de me fazer sentir melhor. Mas, a cada vez que eu me olho no espelho e vejo os montículos de gordura que tenho acumulado em volta dos meus tornozelos, cotovelos, joelhos, quadris e em frente do meu abdômen, eu tenho que me lembrar conscientemente do valor deste envoltório protetor.

Eu não amo ainda inteiramente os meus adoráveis punhos e a base das minhas covinhas. E eu tenho inúmeros lapsos no julgamento negativo que me deixam sentindo totalmente depressiva e indigna. Entretanto, mesmo com a falta do amor completo e dos lapsos no julgamento e a depressão, eu sei ainda como ver a conveniência neles, restaurando por meio disto, o meu senso de valor pessoal e de auto-estima. É este processo que quero compartilhar com vocês.

Passo 1: Aceito a minha Criança Interior/Ego (eu me refiro tanto à Criança Interior quanto ao Ego) com relação à proteção física e emocional.Quando eu me observo no espelho, eu me lembro conscientemente de que a minha criança interior coloca este envoltório em meu corpo porque eu não pude confiar em mim, o Eu, para protegê-la, mantendo as minhas fronteiras pessoais e então criando acordos para manter estas fronteiras. Eu soube que as fronteiras pessoais protegem a criança interior, e os acordos possibilitam a manutenção destas fronteiras pessoais. Uma vez que eu compreendi isto, fui capaz de ver um propósito para a obesidade.

Passo 2: Encontre o propósito para a obesidade.
Assim como colocamos roupas para nos proteger, a nossa criança interior colocará adiposidade extra no corpo para se proteger. A obesidade é como a roupa para a criança interior. Quanto mais assustada, vulnerável e desconfiada ela se sentir em relação a nós, mais gordura (roupas) ela colocará. Assim o que estou dizendo aqui é que quando a nossa criança interior não pode nos confiar em protegê-la, esta criança encontrará uma forma de se proteger e esta forma é colocando gordura.

Passo 3: Encontre a conveniência da obesidade.
Você me ouviu dizer muitas vezes que tudo tem uma conveniência, mas quando isto veio a ser a obesidade, esta conveniência me iludiu por um longo tempo. Não bastava ficar diante do espelho nua e dizer para o meu corpo, "Eu amo você, você é belo", porque eu nunca pude realmente acreditar no que eu estava dizendo. De fato, eu ficava deprimida ao mentir para mim mesma. Eu não amava mais as minhas protuberâncias do que o homem na lua. Se eu fosse verdadeiramente honesta comigo mesma, eu diria que ver estes montículos de robustez me revoltava. Somente ao encontrar a conveniência e o propósito de meus quilos extras, é que pude verdadeiramente honrá-los e respeitar o seu direito de existir em meu corpo, e o meu corpo é o "nosso corpo".

Assim, a conveniência da obesidade era a proteção que ela dava a minha criança interior, e é a forma menos prejudicial de ganhar esta proteção. Eu sabia que ela tinha muitas opções para escolher, e ao escolher a obesidade, ela escolheu a menos prejudicial. O meu Ego poderia ter escolhido a distrofia muscular ou ter se fragmentado em múltiplas personalidades, mas, ao invés disto, ela escolheu a forma menos prejudicial de se proteger. E pessoalmente, eu preferiria lidar com a obesidade do que com múltiplas personalidades ou uma doença que me impedisse de ser livre e ativa.

Há outra parte deste processo, que tem a ver com a Alma, com o Ego, e comigo, o Eu. Esta parte é o conhecimento de que a cada vez que eu não mantenho uma fronteira, a minha criança interior fica ferida. Eu associo a ela como sendo apunhalada no coração com uma faca. A ferida, naturalmente, é uma ferida emocional. Eles dizem que as palavras não ferem, mas isto não é verdade, elas são mais mortais do que as feridas físicas, deixando escaras e dor que levamos por uma existência. Voltando ao ferimento da criança interior, imagine quem está mantendo a faca na maior parte do tempo? Eu estou! A cada vez que não mantenho uma fronteira, não afirmo a minha verdade, não expresso as minhas emoções, eu estou dirigindo este punhal ao coração da minha criança interior. Sem imaginar que ela tenha colocado este envoltório.

Passo 4: Faça acordos em relação a obesidade extra.
Assim, agora que eu compreendo isto, o que eu fiz em relação a isto? Como eu lidei com isto? Bem, em primeiro lugar, eu entrei em um acordo com o meu Ego. Este acordo afirma que eu aceitarei e permitirei que ela mantenha esta gordura em nosso corpo até que ela se sinta segura o suficiente para liberá-la. Eu compreendo que para ela se sentir segura, ela deve ser capaz de confiar em mim em manter as minhas fronteiras pessoais para nos proteger. Eu concordo que eu precisarei adquirir a sua confiança através de minhas ações. Eu não peço a ela apenas para que acredite nisto. Eu concordo em adquirir esta confiança ao manter as minhas fronteiras quando as violações das mesmas ocorrerem. Isto significa expressar a minha verdade no momento, confrontando-me e expressando abertamente as minhas emoções.

Em troca, ela concordou em liberar esta adiposidade protetora de nosso corpo quando ela confiar e se sentir segura o suficiente para fazer isto. Compreende-se que isto será um processo gradual e não imediato. Assim, não há expectativa de minha parte ao acordar em uma manhã e verificar que toda a gordura se foi imediatamente.

Eu também concordo que a cada vez que eu tiver um sentimento negativo sobre a obesidade, eu reafirmarei conscientemente o meu acordo com ela em manter a adiposidade até que ela não necessite mais dela.

Assim, você percebe a conveniência de ser obesa. A conveniência está na habilidade da criança interior em se sentir segura. É o modo de sua criança interior ou do Ego de proteger o seu veículo físico, e ela se desprenderá uma vez que você possa manter as suas fronteiras nas áreas onde a sua criança interior se sentir ainda desprotegida, exposta e vulnerável.

Lembre-se de que o propósito do Ego ou da criança interior para existir, é proteger o seu veículo físico e mantê-lo no corpo, de modo que você possa continuar a sua encarnação e conquistar o crescimento espiritual que a outra parte sua, a sua Alma, deseja. Afinal, não é por isto que você está aqui?



Texto de Jelaila Starr
Tradução: Regina Drumond



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3 comentários :

  1. É engraçado ler este artigo, faz a gente pensar. Eu, ao contrário de você sou "magérrima", com 1.60 de altura e 40 kl. Anorexia? Nem pensar. Como de tudo e tudo aquilo que é bem calórico eu faço questão de colocar na mesa. Sou sim uma chocólatra, estou sempre fazendo pães e doces e posso dizer que é muito triste também se olhar no espelho e não encontrar uma grama de gordura...
    Não pense que só os fofinhos é que sofrem! Já cheguei a ficar muito deprimida com essa "esbelteza" toda. Queria poder vestir uma calça tamanho 40 e não dá. Com todo esse frio não uso botas porque as pernoquinhas ficam "bailando" lá dentro. Já me insultei várias vezes e também nunca estive "de bem" com o corpitcho. Mas também resolvi dar uma trégua, senão ia acabar doida tentando alcançar o impossível. Qto à criança interior, não tenho um diagnóstico num caso desses. Tempos atrás procurei um endocrinologista e falei sobre meu desejo de engordar. Ele sorriu pra mim e me deu uma receita com apenas 300 calorias diárias. Tinha uma banana prata inteira, 2 colheres de leite condensado, mel, 1 ovo de pata, e um monte de outras coisas que não lembro. Aquilo dava uns 3 copos duplos no mínimo. Pergunte se eu consegui?... Só um dia, depois me conformei. Só escrevi pra dizer que entendo perfeitamente o artigo, pois também sofro com ele, só que ao contrário! Beijão! Vy

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  2. Oi Vy!

    Quem escreveu este texto foi a Jelaila Starr, não sei se ela era uma gordinha ou uma mulher muiiitto gorda mesmo...mas postei no blog por achar interessante, pois é muito comum essa briga com a balança. Eu, por exemplo tenho 1,65m e peso 65kg...e não estou feliz com meu peso! O peso ideal para mim seria 58kg. Visto tamanho 40, muito raramente 42. Vivo me controlando, pois se eu comer tudo que eu tenho vontade de comer, não sei onde iria parar! Mas para você ver como são as coisas... Adoraria ser magra daquelas que come de tudo e não engorda, assim como você!

    C'est la vie...minha amiga!

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  3. Que texto fantástico Sheila!.. Não é nada fácil ter uma convivência amigável com a balança.. porém não é de nada impossível.. com certeza.

    Beijocas super em seu coração...
    Verinha

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