Nem preciso dizer o quanto é grande a dor quando morre alguém próximo a nós. Ainda mais quando é uma morte trágica (assalto, violência) ou uma morte dita "prematura": crianças, filhos, jovens. Essas emoções ficam guardadas por muito tempo e parecem impossíveis de serem curadas.
Aplicando a EFT (técnica para autolimpeza emocional,) de forma adequada, conseguimos uma profunda limpeza emocional até mesmos nos casos de perdas de filhos e mortes trágicas. Cria-se uma aceitação e um sentimento de paz após a aplicação da técnica tão impressionante, que só é possível acreditar quando presenciamos o trabalho sendo feito.
Vou dar algumas dicas de como podemos aplicar a técnica de forma eficaz, para ajudar pessoas que passam por esse tipo de sofrimento. Esse material é importante para terapeutas que estão aplicando a EFT em clientes, bem como para quem deseja se auto-aplicar e ficar mais em paz.
Quando se trata de uma perda muito recente (questão de poucos dias ou semanas), a EFT consegue normalmente trazer uma paz muito grande, mas dificilmente dissolverá cem por cento do sentimento. Porém, o tempo de luto será drasticamente diminuído nesses casos, pois todo o excesso emocional será dissolvido pela técnica, o que evitará um longo e penoso processo que a emoção normalmente requer até começar a diminuir. Quando tratamos perdas que já são mais antigas (meses ou anos), o resultado final, em termos de alívio (aceitação do ocorrido e paz interior), costuma ficar bem próximo dos cem por cento.
Normalmente, começo tratando os sentimentos que estão mais à flor da pele. Só de falar da perda, a maior parte das pessoas já vai se emocionar. Cada emoção que surge, cada pensamento, vamos aplicar a EFT para eliminar a carga emocional até zerar.
Por exemplo: o cliente chega e começa a tocar no assunto da perda, fala o nome da pessoa, o parentesco. A partir daí, eu fico atento e pergunto sempre o que ele está sentindo. Ao menor sinal de dor emocional, eu aplico rodadas de EFT, do tipo: "mesmo que seja muito doloroso falar da perda do meu pai, eu me aceito profundamente completamente"; "mesmo que eu não consiga aceitar, eu me aceito profunda e completamente"; "mesmo que eu me sinta inconformado, eu me aceito profunda e completamente".
Essas frases são apenas sugestões. Cada pessoa trará sentimentos específicos, que deverão ser tratados de forma personalizada para que se tenha um bom efeito.
Depois de várias rodadas, a pessoa consegue falar da perda (de uma forma superficial) sem a carga emocional de antes. Nesse momento, é hora de aprofundar para buscar as emoções guardadas. E como vamos fazer isso?
Uma coisa muito importante a fazer é pedir para o cliente contar passo a passo, cada detalhe de como ele recebeu a notícia da perda. Talvez tenha sido um telefonema, talvez a pessoa tenha presenciado a morte. Todas essas lembranças costumam vir bastante carregadas de emoções. Devemos aplicar EFT para cada cena relatada, até eliminar a emoção de cada uma delas, chegando a zero ou ao mais próximo disso o possível.
Se o cliente teve a difícil missão de dar a notícia da morte para outras pessoas, é essencial investigar essas lembranças pois elas também costumam ficar bastante carregadas. Da mesma forma, devemos aplicar bastante EFT, até eliminar a carga de cada cena. As cenas podem ser muitas: lembrança do desespero dos parentes, o abraço emocionado e etc...
As cenas referentes ao velório e ao enterro (caso a pessoa tenha assistido) também precisam ser trabalhadas. A cena da descida do caixão no túmulo costuma ser uma das mais intensas e merece bastante atenção. É preciso fazer uma investigação completa nas memórias.
Alguns sentimentos comuns que surgem e também precisam ser tratados:
Raiva da pessoa que morreu. Muito comum quando a criança perde o pai ou a mãe. Esse sentimento vai sendo carregado até a vida adulta. Por trás da raiva, vão surgindo sentimentos de abandono (você não podia ter morrido e me deixado sozinho!), desproteção, fragilidade. Tudo fica guardado na criança interior. Devemos aplicar EFT até que a pessoa consiga dizer, sentindo cem por cento de verdade, que perdoa a pessoa que morreu.
Raiva da vida e/ou de Deus. A pessoa fica inconformada e surgem pensamentos do tipo: "Por que isso tinha que acontecer? Foi muito injusto. Deus levou meu/minha .......... E eu fiquei sozinho, e etc." Eu costumo fazer EFT, quantas rodadas forem necessárias, até que a pessoa consiga dizer de forma verdadeira: eu perdoo a Deus, e a vida pelo que aconteceu.
Não aceitação e Culpa pela morte. Muito comum no caso da morte de filho. Surgem pensamentos do tipo: "não é natural, não é normal, ninguém nunca está preparado para perder um filho, é a pior dor do mundo, eu é quem deveria ter morrido". Devemos aplicar EFT até que essas frases percam completamente a carga emocional.
Existe um sabotador muito comum que vai impedir a diminuição do sofrimento: a ligação com a pessoa que morreu pela dor, como forma de demonstrar que ama a pessoa que se foi. O cliente sente que se ele se conformar e não ficar mais triste com a morte, é como se não amasse mais o outro. Muito comum no caso de mães que perdem filhos. Esse aspecto também deve ser delicadamente tratado com a EFT. Podemos usar frases do tipo: " mesmo que eu precise da dor para provar que amo meu filho, eu me aceito profunda e completamente"; "mesmo que eu esteja ligada ao meu filho pela dor, eu me aceito profunda e completamente"; "mesmo que eu tenha medo de deixar essa dor ir embora como se eu tivesse abandonando e esquecendo do meu filho". Aplicar a EFT dessa forma costuma mudar essa sensação para "eu posso continuar amando meu filho mesmo que eu me sinta em paz com a perda dele".
Outra coisa importante. Objetos, fotos, lugares da casa, todas essas coisas podem também trazer sentimentos de tristeza. Devemos aplicar EFT olhando para cada objeto, até esvaziar completamente a carga emocional associada.
Essas são apenas algumas dicas. O tema é vasto. Mas espero que consiga ajudar algumas pessoas que estiverem precisando de alívio. É muito gratificante aplicar EFT e ver o resultado em casos como esses, que a princípio parecem impossíveis de se melhorar. Pretendo gravar um material em vídeo com esse tema, demonstrando na prática sessões de aplicação, vai certamente ajudar muitas pessoas. Caso você tenha sofrido uma perda, é recomendável um trabalho profissional, pois costuma ser muito difícil tocar nessa dolorosa ferida sozinho.
André Lima
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