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domingo, 31 de janeiro de 2021

Eu nunca me senti uma pessoa muito livre...



Eu nunca me senti uma pessoa muito livre. Na infância sentia que meus pais me controlavam demais. Na adolescência reproduzi o comportamento, eu mesma me controlando em excesso, dissimulando meus pensamentos e sentimentos. Na idade adulta, passei a controlar os outros. 

Existe algo de perverso na ideia de controle, que é a sensação de que você sabe o que é melhor, sempre. Se ao menos as pessoas fossem como você gostaria que elas fossem, todos - inclusive elas - seriam mais felizes. A vida entraria nos eixos. Se fizesse sol ao invés de chuva. Se o maracujá estivesse mais doce. Se as pessoas cumprissem horários. Se o vizinho fosse mais silencioso.

A gente entra num looping de se distanciar da vida porque ela não acontece da forma como gostaríamos que ela acontecesse - tudo para não sentir o caos e a impotência correndo nas veias.

Como se Deus tivesse que estar lá na parede, estampando o quadrinho de funcionário do mês.

Nada pode ser menos liberdade do que isso: precisar que o mundo gire na velocidade e direção que você quer para conseguir experimentar contentamento.

Eu tenho descoberto que a nossa liberdade só existe quando a gente deixa que o mundo seja livre.

Eu tenho trabalhado com a ideia de que não importa a direção na qual o mundo gire, eu vou sempre me esforçar para fazer desse movimento a minha pista de dança.

E da ausência de controle sobre o outro a minha passarela.

Eu não sei se isso faz sentido para você mas eu sinto que as coisas precisam ser sentidas para fazerem sentido.

E é só mergulhando no caos da entrega ao desconhecido que vamos conseguir reconhecer as asas que enfeitam nossas costas.

E perceber que, na verdade, elas sempre estiveram aqui.

Texto de Flávia Melissa🍃

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Querida insegurança...




Querida insegurança,

Você faz eu sentir que o mundo inteiro está mais preparado do que eu para ser pessoa.
Que as pessoas sabem sentir e reagir ao mundo de uma forma mais natural que eu.

Minha forma de sentir a vida parece ter um certo nível de desajuste, principalmente quando vejo como é a vida dos outros. 

Essa insegurança de me sentir menor, de não me sentir digno o suficiente para me ser plenamente, não é de hoje. 

Tenho vasculhado meu passado como um paleontólogo que procura fósseis de dinossauros, e o que tenho descoberto é muito revelador.

Eu encontrei mágoas enterradas nas profundezas da minha alma, palavras que eu varri para debaixo do tapete quando não tinha amor próprio o suficiente para me defender, e essas palavras calcificaram na forma como eu me vejo: Frágil, indigno, menor, sujo, pecador. 

Encontro essas mágoas fossilizadas que eu nem sabia que existiam, e tudo se torna mais claro. Não pretendo fazer um museu com isso, vou jogar tudo fora, pois eu sou o critério de minha seleção natural. Eu só quero deixar seguir a genética do que me fortalece, do que aumenta meu amor próprio e do que faz expandir o brilho que trago no peito. 

Querida insegurança, eu vou continuar cavando, vou encontrar cada pedaço de passado que faz eu me sentir assim e eliminar de vez de minha linha evolutiva. Minhas dores passadas, as palavras cheias de espinhos que permiti serem jogadas em meu campo existencial, tudo o que me impede de avançar será transformado em petróleo para queimar como combustível. 

Eu comecei a me descobrir agora, e não vou parar até encontrar todas as peças desse esqueleto em meu armário. Cada pedaço de mágoa que eu encontro e jogo fora me faz perceber que não tem nada de errado comigo, e que eu sou completamente digno de me ser, assim como todo mundo é. 

Querida insegurança, seus dias estão contados, porque meu amor próprio é irresistível e inevitável.

Texto de Salomão Pedro 
Imagem: Google 

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Ombros na Linguagem do Corpo




Simbolizam tudo que carregamos de responsabilidade e qualquer inflamação nessa área significa que os nossos superiores, ou as pessoas que exercem alguma autoridade sobre nós, não estão reconhecendo o nosso esforço, não elogiam nosso trabalho, tomam para si idéias nossas, criam conflitos desnecessários, não colaboram conosco e, ainda, negam que estejam nos causando qualquer infortúnio. Isso gera uma tal ira que chegamos a desejar golpeá-los inconscientemente. Às vezes, poderemos até assumir esse desejo pelas evidências do atrito.
A bursite é exatamente a inflamação das bolsas responsáveis pela articulação do ombro. Ela simboliza a prisão interna e conflitante do seu coração que está relacionada a algum superior. Uma vez que os ombros são responsáveis pelas tarefas e serviços de nossa vida, tudo aquilo que visar o bloqueio dos movimentos em nosso trabalho causará uma somatização, mostrando a amargura por não podermos desenvolver as idéias, a criatividade e o desempenho ideais.
Questione-se sinceramente a respeito disto e descubra se esse trabalho é realmente importante para você ou se ele propicia o seu desenvolvimento profissional e pessoal. Ajude seu inconsciente a compreender que alguma coisa deve ser mudada, tanto em sua conduta quanto na forma de expressar o seu serviço. Acreditar que os outros têm o poder de nos atar em nosso caminho é acreditar que somos mecânicos e que nosso conhecimento é limitado. Se a responsabilidade de cuidar da família faz você se sentir acorrentado, então está na hora de reformular e parar de assumir responsabilidades que não são suas. Dividir o trabalho e reeducar os entes do nosso convívio requer sabedoria, força de vontade, desprendimento, diálogos e fibra para, com amor, colocar cada um em seu devido lugar. Nós somos responsáveis pela carga que levamos em nossas costas, portanto, livre-se dela sem transtornos e reconhecendo que só conseguimos ajudar verdadeiramente as pessoas quando deixamos que elas conheçam seu potencial através do trabalho e cuidando de suas vidas.
Se seus ombros estão inclinados para frente é porque estão se sentindo sobrecarregados e vítimas da fatalidade. Solte-se plenamente e acredite que, da mesma forma que você conheceu seu potencial, assim outras pessoas — pais, filhos, marido, esposa, etc. — também necessitam exercitar-se a fim de desenvolverem suas capacidades. Incentive-os positivamente mostrando-lhes as qualidades que possuem, mas que ignoram.
Quanto mais esperança você tiver, mais seus ombros se corrigirão.

Cristina Cairo 
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domingo, 10 de janeiro de 2021

Alguém insulta você...




Alguém insulta você: você se sente fraco, perturbado, você começa a pensar em como se vingar. Aquele homem ganhou toda a sua atenção, e agora você vai se mover em círculos. Durante dias, noites, meses e até anos, você não será capaz de dormir ou sonhar. As pessoas podem perder toda uma vida por causa de uma coisinha de nada, 
só porque alguém as insultou. 

Basta olhar para trás, contemplar seu passado e você vai se lembrar de algumas coisas. 
Você era pequeno e o professor o chamou de burro na classe, e você ainda se lembra e tem ressentimento. Seu pai disse alguma coisa. Eles se esqueceram e, mesmo que você tente fazê-los se recordar, eles não serão capazes de se lembrar de nada. Sua mãe olhou para você de certa maneira e, desde então, 
a ferida está lá. E ela ainda está sangrando; 
se alguém a toca, você explode. 

Não ajude essa ferida a crescer. 

Não deixe isso ferir sua alma. 

Vá para as raízes, esteja com o todo. Experimente fazer isso durante 24 horas, apenas 24 horas, tente não reagir, não rejeitar, seja o que for que aconteça.

Se alguém o empurrar e você cair no chão - caia! Em seguida, levante-se e vá para casa. 
Não faça nada a respeito. Se alguém bater em você, abaixe a cabeça, aceite com gratidão. 

Vá para casa, não faça nada, apenas durante 24horas, e você vai conhecer um novo surto de energia que você nunca conheceu antes, uma nova vitalidade proveniente das raízes. 

E depois que você perceber isso, depois que você provar essa energia, sua vida será diferente. Então você vai rir de todas as coisas loucas que vem fazendo, de todos os ressentimentos, reações, vinganças, com os quais você foi destruindo a si mesmo.

Ninguém pode destruir você, a não ser você mesmo; ninguém mais pode salvá-lo, exceto você. Você é Judas e você é Jesus."

OSHO, O BARCO VAZIO, Pag. 277
REFLEXÕES SOBRE AS HISTÓRIAS DE CHUANG TZU.