
Aí o filme termina, as luzes se acendem e cada um volta pra sua vidinha sem efeito especial, em seu carro meia-boca e sabendo-se longe de ser um ás em qualquer coisa. Somos homens e mulheres comuns, nem tão belos e com uma profissão pouco empolgante. O que poderíamos ter de semelhante com um personagem tão incrivelmente cartunesco? Ora, ora, também podemos ter inimigos! Então, elegemos os outros motoristas como nossos opositores e assim transformamos a vidinha modorrenta num videogame.
Assim perdura nosso complexo de vira-lata. Quanto mais o cara acelera, faz ultrapassagens arriscadas e tem pressa em chegar antes que o motorista de trás, mais ele atesta sua infantilidade, sua inferioridade e seu despreparo para uma vida consciente e adulta. São babacas que possuem uma visão completamente deturpada de si mesmos. Contraditórios, eles se orgulham por beber, por não usar cinto e por dirigir agressivamente, sem se dar conta de que estão demonstrando o quanto são de segunda categoria.
O que importa é conhecer os truques para voar pelas estradas, sair sem um arranhão e ainda seduzir a garota mais bonita – que é outra babaca se aguenta tudo isso quieta.
Nossas estradas não são o bicho, a sinalização é deficiente, mas nada é de pior qualidade que nossos motoristas. São homens (e algumas mulheres também) impotentes para avançar em suas profissões, impotentes para ultrapassar a concorrência com uma ideia mais criativa, impotentes para conquistar o respeito da sua turma, impotentes para educar os filhos com responsabilidade, e por isso recorrem a malabarismos e palhaçadas no asfalto.
Usam o carro como um meio de transporte não de um lugar para o outro, mas de um status para o outro – só que são promovidos a delinquentes, não a agentes secretos.
Para eles, inimigos são os que obedecem às leis, os que têm cautela quando chove, os que reduzem em curvas perigosas e “atrapalham” os velozes. Será missão impossível reajustar esse foco?
A guerra no trânsito só terá menos vítimas quando motoristas imaturos tiverem amor próprio suficiente para não precisarem se exibir. Ninguém se torna mais admirável por chegar primeiro, por arriscar a vida e protagonizar cenas dignas de um filme de ação.
Esses continuarão menores que Tom Cruise (que já é pequeno) e sendo meros figurantes de uma viagem que exige bravura, sim, mas de outro tipo. A bravura de proteger sua família, de não enxergar os outros como rivais e de ter habilidade para dirigir a própria vida – que exige bem mais que um volante e um acelerador: exige cérebro.
Meninos de 18 anos, meninos de 42, meninos de 67: dirijam com prudência se forem homens.
Martha Medeiros
Fonte: ZH
plac! plac! plac! (aplausos!!!)

Esse texto mostra bem a realidade do nosso trânsito no Brasil, eu presencío muitas situações de desrespeito às leis e ao próximo. Infelizmente, preciso encarar o trânsito de Porto Alegre todos os dias, e é sempre estressante.
ResponderExcluirMesmo assim, temos que dar o exemplo.
Beijos, amiga.
Mari
Menina...eu vi o filme...e é realmente isso tudo. E a gente pensa...o que eles querem passar com isso...espero que só ficção!!!
ResponderExcluirBeijos, muita energia positiva e passe sempre "lem casa"!
CamomilaRosa
Muiiitos aplausos!
ResponderExcluirE vamos parar, falar, criticar quem bebe e dirigi, virou lugar comum, cada um é diferente ao beber e dirigir, é capaz, sabe dominar, controlar, nada vai acontecer, até que acontece e muitas vezes com quem não estava bebendo e nem dirigindo.
Abaixo o consumo excessivo e cotidiano de álcool.
Viva os bons hábitos, os bons costumes!
Viva o motorista responsável, prudente, lúcido!
Aplausos! rsrsrs
ResponderExcluirO filme é tudo né?
beijoquinhas :*
Tenha uma ótima quinta ")
Olá.. passando pra conhecer e adorei!!!
ResponderExcluirestou seguindo, depois da uma passadinha pra conhecer meu cantinho. Se gostar me segue tbm???
Um bjaoo pra vc
Vanessa MNZ
www.vidademulherprendada.blogspot.com
Também estou aplaudindo.
ResponderExcluirPerfeito, como tudo que Martha Medeiros escreve.
Beijos.