O Luto de Tahlequah: Cada Coração Tem Seu Tempo
Em 2018, o mundo parou diante de uma cena comovente: uma orca chamada Tahlequah, da população de orcas residentes do sul, foi vista nadando pelas águas do Pacífico carregando seu filhote morto. Durante 17 dias, ela manteve o pequeno corpo à tona, empurrando-o com o focinho, equilibrando-o na cabeça, recusando-se a deixá-lo afundar.
Não era apenas instinto. Era dor. Era luto.
Tahlequah tocou algo profundo em nós, humanos. Porque, apesar das diferenças de espécie, ali havia algo universal: o sofrimento de uma mãe que perde um filho. Uma despedida que simplesmente não está pronta para acontecer.
Esse gesto silencioso, repetido por mais de 1.600 quilômetros, nos lembra que o luto não tem um relógio. Não se mede em dias, semanas ou meses. Ele se vive.
Às vezes, como Tahlequah, arrastamos o que perdemos por um tempo, mesmo que pese, mesmo que canse. Porque soltar dói mais do que segurar.
Cada ser tem o seu tempo de chorar, lembrar, aceitar. Comparar o luto de alguém é desrespeitar sua travessia. Há quem consiga seguir em frente em pouco tempo. Há quem precise carregar por um bom tempo o que se foi, até que o coração esteja pronto para deixar partir.
Tahlequah, com sua dor exposta em mar aberto, nos lembra da importância de respeitar o ritmo do outro — e o nosso próprio ritmo. Porque o luto não é sinal de fraqueza. É sinal de amor. E amor verdadeiro não desaparece com a ausência; ele continua nadando com a gente, até se transformar em memória leve… como quem, um dia, deixa o filhote descansar nas profundezas, sabendo que ainda o carrega dentro de si.
Que esta história abrace a sua e te dê forças pra seguir.
Com amor
Sheila BCosta do blog
Passarinhos no Telhado
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