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quinta-feira, 24 de março de 2022

Ouvi Falar…


Estava saindo para ir ao teatro quando entrou um whatsapp da minha filha que mora na França. “Mãe, está circulando nas redes um vídeo com imagens de Paris sendo bombardeada. Bem realista, mas fake, não te estressa”. Assisti ao vídeo, uma obra-prima da montagem. No final, revelava ser uma peça de propaganda pró-Ucrânia, mas, antes de chegar aos créditos, quem tivesse filhos morando em Paris já teria enfartado. 

Ainda sobre a guerra, há quem tenha acusado a modelo ucraniana Mariana Podgurskaya, grávida, de posar sobre uma maca, fingindo ter sido atingida pelo bombardeio russo em uma maternidade (prédio que teria sido convertido em uma base militar). E há quem diga que não houve encenação nenhuma, que ela se feriu realmente, mas está tudo bem, deu à luz uma garotinha saudável dias atrás.  

São dois exemplos bobos se comparados aos estragos gigantescos que a desinformação provoca. É ela que nos governa nesses tempos em que tuítes funcionam como mísseis virtuais, alcançando qualquer ponto do planeta. Nunca foi tão fácil viralizar uma mentira, nem tão rápido, nem tão devastador. 

De filtros fotográficos que alteram a aparência, até a indústria internacional das Fake News, ressignificamos McLuhan: o meio é a mensagem, porém desvinculada da verdade, descomprometida com a realidade, vadia e livre para destruir reputações, eleger canalhas e enganar os trouxas. 

Quem ganha com isso? Os criminosos organizados e ocultos que automatizam o boato a fim de manipular a opinião pública. Antes que sejam punidos, eles já se valeram da ingenuidade de uns, da ignorância de outros e da preguiça da maioria: quem tem disposição para checar uma notícia, buscar outras fontes, conversar com pessoas que dominam melhor o assunto? É tarefa que consome um tempo que não está sobrando pra ninguém, e assim o comodismo se torna um aliado do mal. 

Acreditar em tudo ou acreditar em nada nos desorienta da mesma maneira.     

  Ao eliminarmos a fronteira entre verdade e mentira, liberamos o tráfego para o desvario. Textos circulam com autoria trocada, notícias de sete anos atrás são veiculadas como se fossem atuais, bizarrices ganham status de fato importante e edita-se qualquer declaração, bastando, para isso, um celular. 

Continuamos brincando de telefone sem fio, quando sussurrávamos no ouvido do coleguinha: “Vou almoçar na casa do Alberto porque é dia de lasanha”, para descobrirmos, às gargalhadas, que a frase original havia se transformado em “A moça tem um casamento aberto com sua tia baranga”. 

 Hoje vale o que foi mal compreendido e quem não aprova casamento aberto ou se ofende com a palavra baranga abraça uma causa que não existe e assim justifica seu voto. 

Desvario é pouco…

Texto de Martha Medeiros 

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Esses dias meu pai me mandou um vídeo pelo WhatsApp que era a lua quase encostando na terra! Era uma montagem grosseira,  bonita , mas grosseira. Vinha acompanhado de um texto tentando justificar aquele “Fenômeno” da natureza!  :)  Era uma mensagem encaminhada com frequência, ou seja…muitas pessoas acreditaram naquelas imagens, inclusive meu amado pai, ainda pouco familiarizado com a internet. 
Gente! Precisamos falar sobre isso!  Ainda mais em ano eleitoral. Nos próximos meses seremos bombardeados com mentiras e mensagens distorcidas. E precisamos partir do princípio que é preciso desconfiar de tudo! 
Pelo amor de Deus, pesquise a veracidade antes de passar a diante. Não passe vergonha nos grupos de WhatsApp compartilhando fake News, só porque você gostaria que aquilo fosse verdade. Vamos ser um pouco mais responsáveis com a informação que chega em nossas mãos e decidimos passar a diante. Se tem dúvida, não repasse. 
Falamos tanto de paz, desejamos tanto a paz…mas fazemos guerra o tempo inteiro pelos nossos celulares! Como diz Martha Medeiros… mensagens falsas funcionam como mísseis virtuais! 
Seja mais responsável e cuidadoso. 
Na dúvida, opte pela paz. 

Sheila Costa 

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